Francisca Miranda, "S/título" 2020, água-tinta de açúcar sobre papel, 25 x 35 cm.
Num dos primeiros debates em tempo de FCT, foi dita uma frase pelo senhor Fernando Cardoso, descrita ao detalhe, dando me a sensação de que eu estava lá, presente, no momento em que a fronteira foi atravessada pelos dois jovens, e também eu tinha percorrido aquele caminho, também eu me apercebera que já não era mais noite e que o dia havia começado, a madrugada já acontecia, do outro lado ou não da fronteira, as cores duma manhã incerta acabavam de aparecer. Foi através da utilização da cor e mais tarde da composição, que procurei recriar fisicamente as imagens do mundo natural que imaginei na minha cabeça ao longo que esta história nos era contada. Fiz múltiplas propostas de cor, aplicando tons quentes ou tons muito claros, tendo sempre em mente a tal imagem, bastante lúcida, que havia imaginado. Explorei a formação de nuvens, e o surgimento de vários planos numa só folha de papel. Pus em causa as cores que iriam representar a realidade, e acabei por as acentuar levando as a um extremo, dando asas à imaginação para conciliar cores em espaços incertos.
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