Inês Cadete, “Hora Zero”, 2019, serigrafia a cinco cores, 65 x 50 cm.
Desde pequena que sou fascinada pelo cosmos e hoje em dia sou extremamente influenciada por este. Quando percebi que o tema proposto para este trabalho seria “Territórios” soube logo o que queria explorar conceptual e plasticamente.
“Ultrapassar fronteiras e limites, à procura de novos mundos”. Foi neste excerto que me baseei para começar a aprofundar o meu conceito.
Após refletir sobre a passagem anterior surgiu a minha vontade de agarrar no período da Corrida Espacial (1955-75) onde os Estados Unidos e a Rússia competiam no campo da tecnologia e viagens espaciais. Foi uma altura marcante em termos culturais, desde a música ao cinema e à pintura. Obti as bases para o meu trabalho no livro de contos “The Illustrated Man” de Ray Bradbury que contém diversos contos explorando o futuro das viagens espaciais e o seu impacto na nossa sociedade. Usei também várias referências visuais do filme “2001: A Space Odissey” de Kubrick pela sua cinematografia futurista e criatividade. Penso que o espaço por si só já é associado a solidão mas essa torna-se ainda mais ampliada neste conto. Quis trabalhar este tema pois tanto como as pessoas que se vêem obrigadas a sair do seu país, também os astronautas fazem o sacrifício de em nome de algo maior (neste caso a ciência) se submeterem ao exílio e à dúvida constante das suas próprias vidas.
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